terça-feira, 27 de abril de 2010

Vísão de Corpo...



Em decorrência da minha cultura ocidental, assim como meus colegas, tinha uma visão de corpo em um pensamento cartesiano (dualidade) "estávamos fazendo uma dicotomia (separação)" ossos, gordura, músculos, vísceras, "mente e espírito" e não relacionávamos um com o outro. Verificamos o contraste das culturas ocidental e oriental a partir do texto "A Transformação da Visão de Corpo na Sociedade Ocidental".

Visão ociental: Dualidade, mente/espírito e corpo.

Sócrates, filósofo que se ocupou especialmente de problemas metafísicos, ensinava “bem pensar” para “bem viver”. Ele dizia que o homem não é o seu corpo e sim “aquilo que se serve de seu corpo”, ou seja sua psyché, ou alma. E por psyché Sócrates entendia nossa sede racional, valorizando todo intelectualismo em detrimento de qualquer sentimentalismo ou pragmatismo.

Sócrates sustentava, ainda, a noção do corpo como uma coisa má: “durante todo o tempo em que tivermos o corpo, e nossa alma tiver misturada com essa coisa má, jamais possuiremos completamente o objeto de nossos desejos.”

(Platão, 1972, p. 73)

Revista Motriz
Júlia Paula Motta de Souza Pinto
Adilson Nascimento de Jesu

Visão oriental: Corpo em sua totalidade. Totalidade não é a soma das partes Bio/Psico/Social, mas a interação delas, onde tudo influencia no todo (corpo).
Para entendermos melhor Totalidade abordarei o caso de Kevin Easterday, de 35 anos, nasceu com uma rara e grave doença que impediu de desenvolver sua coluna corretamente. Easterday, que sofre da síndrome de regressão caudal, teve as pernas amputadas com apenas 6 meses de idade.



Mesmo sem os membros inferiores, com a ajuda de seu pai, aprendeu a caminhar com as mãos e a viver tranquilamente.
Entre suas atividades preferidas estão jogar sinuca, boliche e ficar com sua noiva, Nicky, este é o Kevin Easterday em sua singularidade e totalidade. Ele é uma totalidade.



A incorporação de algo também é Totalidade.
Exemplo: Um deficiente auditivo que utiliza um amplificador sonoro (aparelho), que conseqüentemente só atinge sua finalidade se a pessoa não for totalmente surda, incorpora o mesmo, e não se sente completo se não utilizar, não só pelo fato de escutar melhor com o aparelho, mas por estar ali fisicamente incorporado, e já fazer parte de sua totalidade. Ao colocar ou retirar o aparelho, mudanças ocorrem no seu Bio/Psico/Social. Assim como colocar um piercing, silicone, fazer uma tatuagem, entre outros.
A compreensão do corpo tem avanços significativos ocorridos acerca da compreensão da totalidade (Corpo, mente, espírito), Cada sintoma sendo do corpo da mente ou do espírito nos transmite uma mensagem particular que precisamos perceber e reconhecer, fazendo uso disso em nosso cotidiano, na busca de novas linguagens e conceitos. E a esta capacidade de cada pessoa sentir e apossar-se do seu próprio corpo como meio de manifestação e interação com o mundo que abordaremos a questão da corporeidade e da Corpolatria.

Corporeidade é a maneira pela qual reconhecemos e utilizamos o corpo como instrumento relacional com o mundo.

Corpolatria
é o culto exagerado do corpo, é uma espécie de “patologia da modernidade” caracterizada pela preocupação e cuidado extremos com o próprio corpo não exatamente no sentido da saúde (ou presumida falta dela) mas particularmente no sentido narcisístico de sua aparência ou embelezamento físico. Para o corpólatra, a própria imagem refletida no espelho se torna obsedante, incapaz de satisfazer-se com ela, sempre achando que pode e deve aperfeiçoá-la. Sendo assim, a corpolatria se manifesta como exagero no recurso às cirurgias plásticas, gastos excessivos com roupas e tratamentos estéticos, abuso do fisiculturismo (musculação, uso de anabolizantes, etc). http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpolatria


O fisiculturista trata o corpo como uma obra de arte, o corpo é trabalhado e esculpido músculo por músculo e posteriormente é exposto.


O Corpo Belo
A mídia expõe um padrão de beleza, onde o Belo é ter um corpo definido, tais quais as paniquetes, musas e rainhas do carnaval, que malham e trabalham o corpo, para se promover e seguir um padrão de beleza imposto mela mídia.

MORAIS, 1993; MOREIRA, 1995 relata: “Quero dizer, que é preciso olhar sensivelmente o corpo na busca da sua consciência corporal e não da disciplina imposta ou padronizada. Devemos habitar este corpo, sentir suas necessidades, anseios, limites, sensações; ou seja, aceitálo, para quiçá descobrir sua consciência e sabedoria”.

A arte atravéz do corpo

Pilobolus: Uma performance que se fundem a dança e biologia


Observamos a exploração corporal na interação de dois corpos reproduzindo um terceiro. "Como na obra de arte, nosso corpo é um nó de significações vivas", cuja compreensão, "não é da ordem do eu penso, à maneira do cogito cartesiano, (dualidade, mente/espírito e corpo) mas do eu vivo, eu sinto, eu amo" Merleau-Ponty.

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